segunda-feira, julho 26, 2010

da morte

à uma semana atrás uma amiga, aqui do Brasil, perdeu o namorado. Assim, de um momento para o outro (não é sempre?), sem estar à espera, sem qualquer indício... num momento está feliz, com um sorriso presente, e no segundo seguinte o amor dela morre e é enterrado levando com ele todos os sonhos de uma vida em conjunto. Nesse dia, em que ela se despediu do seu amor (que eu não conheci), estivemos todos presentes, para tentar amenizar a sua dor (como se isso fosse possível), desabei porque me custou vela sofrer e também porque desejei nunca ter de passar por isso. embora me pareça quase inevitável, já que a morte é a única coisa que podemos tomar por certa nesta vida.

A mim não me sai da cabeça e do fundo do coração esta sensação de impotência, esta noção de fragilidade e este medo do improvável. A morte, ou a noção da sua presença, ficou mais viva dentro de mim. Evitamos falar dela, com algum receio que ela se sinta convidada a entrar, no entanto sabê-la presente também pode ser libertador. Quero acreditar que nos faz viver melhor, porque sabemos que temos de aproveitar todos os momentos, não há tempo para aguardar por um momento melhor, por uma ocasião especial, porque ela pode não chegar. Amigos, família, amor... ela pode não chegar,
e eu sou uma sortuda por vos ter na minha vida.

1 comentário:

Recantos e Pensamentos disse...

Essa dor é inevitável, ainda mais em tempos de pouco compromisso com o outro, é a época do "amor líquido", como diria Zygmunt Bauman... Infelizmente. Contuso, penso que é melhor ter vivido algo para lembrar, do que não viver e ficar imaginando como é...