o nome não engana!

Eu é que me deixei enganar. Estou em Feira de Santana, a segunda maior cidade da Bahia logo depois de Salvador, e isto é mesmo uma feira! Eu não consigo perceber quem compra nesta cidade, já que todos eles se dedicam a vender. Ele é loja sim, loja sim, com barraquinhas na frente das lojas e vendedores com carrinhos de mão cheios de fruta a passear pelo pouco espaço que sobra. Uma feira, e daí vem o nome... só eu não tinha pensado nisso ainda. Ao domingo
fecha tudo e aí já parece uma cidade normal... com ruas e passeios.

Eu não fiquei mesmo no centro da cidade, quando não dava em louca. estou alojada perto da faculdade num pensionato. Espaço para dizer que estou muito feliz por ter optado pelo pensionato, caso contrário acho que tinha dado meia volta e rumava novamente a Portugal. Ao invês, ganhei uma guia, uma companhia e uma amiga. Recebeu-me em casa, convidou-me para me levar a salvador, leva-me a todo o lado (mercado, centro), ajuda-me a resolver aquelas coisas que nunca funcionam, faz-me comida típica de cá com nomes que eu quase nem sei dizer o nome, sucos das frutas tropicais que eu nunca inha ouvido falar e mais importante de tudo (sic) leva-me a ver Banda Eva no Oktober Fest!

eu só cheguei à 5 dias... parece que já estou cá há um mês!!

ainda à partida

despedece com um até Dezembro... e perante estas contas de calendário que em modo amnésia varria da minha cabeça, eu juro que o meu coração encolheu para o tamanho de uma ervilha.

de partida # 3

O sono começa a atraiçoar-me. Por mais tarde que me deite, de manhã acordo cedissímo, muito antes das minhas requisitadas 7 horas de sono, e fico ali a olhar para o tecto. O gato aperecebe-se disto e pede festas, e ali ficamos à meias horas, o sono a pedir descanso e o inconsciente a manter os olhos abertos. Parece que é o aproximar da viagem, embora eu não o sinta. Estou muito bem, muito feliz por partir... acho que esta viagem não podia vir em melhor altura (ainda para mais lá é verão). Não estou muito preocupada com o que me espera. Ainda não sei muito bem onde vou ficar... pensionato chama-lhe o meu orientador. Quarto partilhado e refeições, a saber pequeno almoço, almoço e janta (que é assim que eles dizem) durante a semana por uma bacatela. A roupa terá de ir para a lavandaria. Fins de semana estou por minha conta... semana no pensionato (que deve ser do mais barato que há) e fins de semana no resort, não me canso de dizer.
O trabalho no lab não vai ser muito diferente do que aqui faço, a diferença é que vou sedenta de aprender mais coisas, principalmente na análise e nas novas técnicas e vou querer fazer contactos. E vou querer viajar muito, rio de Janeiro, morro de são paulo, Salvador, arraial da Ajuda.... quanto mais melhor. Acho que tudo isto não me cabe numa noite de son(h)o e por isso o sono me atraiçoa.
Daqui por uma semana, por esta hora, e se o sono não me atraiçoar, devo estar a fazer o meu primeiro acordar no Brasil.

de partida # 2

Ainda não fiz as malas. Como é que eu coloco a minha vida diária em 2 malas e 20 Kilos?
Bom, não sei... talvez por isso ainda não tenha separado nada para levar. Listas tenho já umas quantas. Lista do lab, Lista de documentos, lista da farmácia, lista de telefones, lista de coisas de casa (ultrasons, protector solar, carregadores,...). Recuso-me a fazer uma lista de roupas e acessórios, basicamente tudo o que couber, vai! O que não couber compro lá, deve ser mais barato e sempre renovo o guarda roupa. O pc está atafulhado de música, filmes, séries, fotos e documentos de trabalho (outra lista). Livros pesam tanto, mas já tenho "ontem não te vi em Babilónia" do António Lobo Antunes escolhido. Apetece-me ler Lobo Antunes, não sei vou gostar, mas gosto tanto das crónicas dele que acho mesmo um atentado ainda não ter lido nada dele (isso e ter deixado o Ensaio sobre a cegueira a meio, mais outro que me acompanha para o Brasil).
resumindo, a vida pesa, a mala do sport billy dava jeito... enfiava lá a minha cama, o sofá, a casa inteira e o meu gato e era uma rapariga (feliz) completa. No brasil.

de partida # 1

Não consigo parar de comprar sapatos de verão. Uma parvoíce. Ainda ontem, umas sandálias vermelhas lindas, lindas como eu gostava de ter encontrado no verão e não encontrei. Uma parvoíce. Bem sei que no Brasil devo encontrar sandálias melhores e mais baratas e que devo trazer umas quantas havianas (ainda estou para perceber porque se dizem havianas e não cariocas ou outra coisa mais brasileira) a contar comigo e com as 342 amigas que já me pediram umas de lembrança. Mas a verdade é que quero levar tudo o que preciso (ou acho que preciso), sei lá eu se vou encontar umas sandálias que eu goste e onde?
Acho que este episódio diz muito sobre mim. O desconhecido deixa-me sempre de pé atrás (pé, sandália... até tem piada), quero ir... mas sempre prevenida, como se o imprevisto viesse com uma check list. Uma parvoíce.