quinta-feira, novembro 23, 2017

hoje agradeço aos amigos


Porque tenho um terreno fértil de amigos que me conhecem para lá do som alto do meu riso e aceitam o limite temporal e espacial das minhas baboseiras. Que ouvem até à exaustão, com sorrisos nos lábios (sem revirar olhos), as minhas teorias completamente falhadas... mas que só as assumem quando já estou bem, porque sabem que ainda não estou pronta para ouvir a razão. Que me limpam as lágrimas às duas da manhã quando o sono não se concilia com verdades agridoces. Que acreditam em mim quando eu desespero, quando eu me canso, quando eu duvido e que servem de farol quando navego nessas águas. Porque me passam um copo, ás vezes a garrafa inteira, de vinho quando me sentem silenciosa e adivinham que há muitas palavras a me sufocar. Que me dão colo e (a)braços e me fazem sentir protegida quando tudo vira um caos. E que me berram "força mulher, tu és capaz!" para arrebitar quando me meto naquela moleza parva de ter pena de mim. Que não me deixam só, são presença (mesmo a kms de distância), coração com coração numa intimidade muitas vezes mais bonita que muitas histórias de amor. 

Que me deixam ser eu em todos os meus defeitos e que, espero, usufruam muito mais das minhas qualidades ;). Eu não sei se os mereço, mas sei que os tenho e sou muito agradecida por isso ;) 




sexta-feira, novembro 17, 2017

Don´t grow up, its a trap!



Uma pessoa acha que com a idade aprende a ter as respostas certas para todas as questões, ou que pelo menos terá maturidade suficiente para saber distinguir as melhores respostas, aquelas que serenam a alma, as que te devolvem a paz, mesmo nos momentos mais incontroláveis. Aquelas que admirávamos (ou nem tanto) nos mais velhos.... "quando tiveres a minha idade vais perceber". Chego aqui, percebo porra nenhuma. E vai-se a ver e a idade não trouxe nada disso, só cada vez mais dúvidas. E tal como quando te apaixonas voltas aos teus sweet sixteen... quando dá merda, só dá vontade de rebolar no chão, fazer uma birra descomunal e esperar que alguém nos pegue ao colo e nos diga que está tudo bem, tal como nos terrible two!!!

Photo: André Beja

segunda-feira, novembro 13, 2017

alis volat propriis


É muito engraçado como a vida pode levar anos a dar-te sinais do tamanho do Everest e depois é uma lomba no caminho que te faz dar o click.

Na minha vida nada, ou quase nada, foi o que sonhei ou trabalhei para. Por muito que me tenha esforçado para tomar as decisões certas, por fazer os sacrifícios necessários e não escolher o caminho mais fácil para chegar a determinado sítio, a vida encarregou-se de fazer outros planos para mim. Sinto que andei demasiado tempo em luta contra a corrente, com a sensação de estar em permanente esforço... nunca era suficiente. Até que um dia, em estado permanente já não de esforço, mas de cansaço, deixo-me ir. Entrego o jogo e deixo que a vida me leve para onde quiser, já não quero saber se é o certo ou o errado. Agora tomo as decisões conforme a corrente e aceito que a vida deve saber mais do que eu. Não foi de um dia para o outro, é capaz de ter levado os dois anos que estive sem escrever aqui, e levado um pouco de mim também.

Mas esta não é uma história triste ou de desistência. É antes uma história de aceitação e de criar outros sonhos á medida do rio que me guia. É de saltos de fé e de acreditar que MEREÇO, sou SUFICIENTE e estou PRONTA.