segunda-feira, dezembro 20, 2004

Parece-me que é tarde...

... para acertar as coisas que deviam ter sido feitas: ajustar as peças do presente nessa mesa onde se acumulavam copos e papéis; separar as questões que os dedos escondiam das respostas que entravam pela boca do desejo, até um êxtase de mão e olhos. Contei as queixas, transformei-as na mais doce das celebrações, arrastei o instante até á berma da eternidade: e trouxe de volta a mais dolorosa das ilusões. De cada vez, porém, era único esse tempo nascido de uma partilha de lugares; e não dei pelo vento que soprava de dentro da vida, levando em direcções diferentes os passos que nos juntavam.

Nuno Júdice

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