quarta-feira, setembro 15, 2004

aspiração

Quando se ama, um desejo nos invadede
encontrar a expressão, o verbo, o grito
Com que tudo o que há na alma seja dito
num clamor que transponha a imensidade.

O coração, num vôo de ansiedade,
para exprimir o que tem dentro escrito,
busca o sentido exacto do infinito
e moldes em que atinja a eternidade.

Porém, a voz, exangue e amortecida,
em silencios que vão além da vida,
queda-se, inerte no seu próprio ser.

E, mermurando apenas sons banais,
nós sentimos que é sempre muito mais
aquilo que nos fica por dizer.

Oliva Guerra in Encantamento (1926)

é assim, que da minha boca sai a palvra Amo-te!
Foi assim da primeira vez,
e será sempre...

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