Fui a casa... soa-me estranho... já não sei onde é a minha casa. Ou melhor, sinto que a minha casa é já em Beja, mas parte de mim ainda está em Lisboa... e vai continuar a estar, mesmo que passe muito tempo. Agora vive-se assim, permanentemente dividido entre dois sítios. Um onde começa tudo de novo, onde faço o meu trabalho e onde me abro para o mundo e faço novos amigos e outro onde continuam os meus amigos e família e o meu pensamento "o que é que eu estou a perder?". Fui a casa e passei o tempo a fazer contabilidade sentimental, a tentar perceber em que sítio o saldo seria positivo. E a forçar as contas para darem certo.
Só passou um mês e ainda assim, o desconforto sente-se, parece que os abraços não encaixam da mesma maneira, a conversa não flui e de repente sou meio estranha na minhá própria vida. Apesar de apenas ter passado um mês, a decisão foi feita para um ano e o que mais vier, e por isso não passou só um mês... passaram 30 dias e todas as decisões que o futuro me pede. Os amigos têm saudades de um mês, eu tenho saudades do mês que passou e dos que estão para vir e acima de tudo, medo. Medo que cada um siga o seu caminho e eu seja apenas a amiga que foi viver para Beja e que de vez em quando traz umas coisinhas boas do Alentejo. Medo, por nunca mais pertencer a lado nenhum, tentando seguir a velha premissa... home is where your heart is...
serviço publico (em agosto)
Há 5 anos
1 comentário:
Passei por isso varias vezes. Vida de saltimbanco, às tantas deixa-se de contar. Só resta o consolo de, por nao pertencermos a lugar nenhum, pertencermos a qualquer lugar e pertencemos sobretudo ao destino que damos a nós próprios. Parabéns pela mudanca para o Alentejo.
E obrigado pelas fotos que vao alimentando a saudade do meu, um bocadinho mais acima e para a direita.
Um artigo interessante sobre o mesmo de que falas:
http://blogs.hbr.org/cs/2012/10/moving_around_without_losing_your_roots.html
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